As biografias, do ponto de vista comercial, são um bom investimento, já que os brasileiros gostam deste tipo de livro. Com histórias polêmicas ou engraçadas, os livros captam espaço nas prateleiras e ajudam na formação de novos leitores.
Em 2015, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a publicação de biografias sem autorização prévia pelas pessoas retratadas ou por seus familiares. Apenas casos de possíveis abusos cometidos pelos escritores - como histórias inventadas, conteúdo injurioso ou outro tipo de ofensa - poderão levar o biógrafo a sofrer medidas de reparação definidas pela justiça.
Para Carlos Andreazza, editor-executivo das editoras Record e José Olympio a decisão histórica do STF que fulminou a censura prévia não acaba com os riscos de publicar biografias. Os ministro decidiram que, no caso de pessoas com trajetória artística, pessoal ou profissional que tenha dimensão pública, é liberada a divulgação de escritos e imagens com finalidade biográfica. Uma vez que a obra esteja distribuída ao mercado e, pois, acessível, aqueles que se sentirem prejudicados pelo conteúdo podem e devem recorrer à Justiça. Publicar biografias é seguro comercialmente, mas é também um ato de coragem editorial. O editor, apesar de considerar legítimo publicar biografias autorizadas pelo personagem ou por sua família, continua preferindo trabalhar com os textos não autorizados.